História

História

 

A história do C.E.U. Cacique Tupinambá das Matas Virgens iniciou na cidade de Torres, quando e onde nasceu o menino José Carlos Rabello. Aos 12 anos, José começou a apresentar alguns dons especiais. Dentre eles podemos citar as visões de pessoas já desencarnadas há bastante tempo, sem nunca as ter conhecido, receitava chás de ervas medicinais com intuito de curar pessoas adoentadas. Curava animais feridos com cataplasmas composto de ervas extraídas da natureza ou apenas com a imposição das mãos.

Estes fenômenos, apavoravam e preocupavam a família de José que era praticante da religião Católica, bem como a sociedade e cultura a que eles pertenciam. Seus familiares levaram-no a médicos especialistas, com a finalidade de realizar exames psicológicos, sob dúvida de suas faculdades mentais e constataram que não havia nenhuma anormalidade com ele. Porém, José continuou a apresentar as manifestações espirituais, falando uma língua diferente da costumeira para um menino de tenra idade. Foram procurar o Padre da região para benzê-lo. Sem sucesso, apelaram para as orações e rezas espirituais de algumas benzedeiras. Estas senhoras mais esclarecidas, revelaram que as referidas manifestações do menino não passavam de uma mediunidade natural muito aflorada. Embora seus familiares não compreendessem muito bem, temiam e apenas respeitaram sua tendência religiosa.

Já com maior idade, na cidade de Caxias do Sul conheceu um terreiro de Umbanda, conhecido como Centro Espírita de Umbanda Cacique Sete Flexas dirigido materialmente pelo Sr. Justino Bandeira e espiritualmente por Cacique Sete Flexas e Preto Velho Pai Batista, identificando-se com os trabalhos espirituais realizados neste terreiro deu continuidade ao desenvolvimento de suas faculdades mediúnicas, recebendo os respectivos rituais e aprontamentos, podendo então ser revelada a identidade do misterioso espírito. A entidade de origem indígena, falava Guarani e  identificou-se como Cacique Tupinambá das Matas Virgens.

De acordo com o seu ótimo desenvolvimento espiritual, Pai José foi autorizado por seus chefes  a abrir seu próprio terreiro de Umbanda, denominado C.E.U. Cacique Tupinambá das Matas Virgens.

Os trabalhos deste Centro foram realizados em diversos locais, levando atendimento espiritual para as pessoas necessitadas, formando amigos e desenvolvendo médiuns que o acompanharam em Canoas e Alvorada.  Assim, muitas pessoas fizeram parte desta corrente espiritual, entre elas uma tornou-se especial, a Senhorita Maria da Glória Corrêa dos Santos que com 14 anos de idade passou a freqüentar as sessões de Umbanda, e também a desenvolver-se mediunicamente iniciando com a Cabocla Guacyra e posteriormente com o atual Cacique Pena Branca.

Pai José casou-se com Maria da Glória e tiveram seis filhos. Com muitas dificuldades adquiriram  uma casa própria. E assim decidiram construir o terreiro de Pai Cacique Tupinambá. Devido à impossibilidade de haver duas casas no mesmo terreno por legislação daquela época, decidiram iniciar com trabalhos braçais, a escavação da parte inferior da casa já construída. Contaram com auxílio dos médiuns e muitos amigos adeptos a esta religiosidade, jamais desistiram pois tinham muita fé e amor pela religião, embora tivessem que vencer as dificuldades e os obstáculos. Foram verdadeiros guerreiros,

Fundou-se em 08 de outubro de 1958, o Centro Espírita de Umbanda Cacique Tupinambá das Matas Virgens, localizado na Rua Belmonte de Macedo nº. 17, Bairro Nonoai, Porto Alegre. Este centro foi licenciado  para funcionamento na delegacia de registros especiais, conhecida como Estatística, desde então baseia-se no Regulamento Interno elaborado por Cacique Tupinambá  para manter a ordem e disciplina de seus integrantes.

Em 07 de maio de 1966, filiou-se na União de Umbanda, atual Conselho Estadual de Umbanda e dos Cultos Afro-Brasileiros do Rio Grande do Sul  CEUCAB/RS.

Desde então os Caciques Tupinambá e Pena Branca  evangelizam pessoas, e possibilitaram aos seus médiuns a aprendizagem doutrinária do evangelho de Cristo e o desenvolvimento espiritual.

No trabalho social realizaram muitas obras de caridade auxiliando as famílias carentes com cestas básicas, vestuário e até moradias, acolheram muitas famílias em sua sede. E ainda Culturalmente apresentaram a comunidade gaúcha peças teatrais encenadas pelos componentes do Coral existente no centro, com temas relacionados à cultura das raças indígena e negra. Priorizando sempre manter a harmonia com a natureza e com os orixás.

Este centro por mais de 50 anos vem realizando sessões de caridade, batizados, casamentos, trabalhos e rituais em matas, cachoeiras, cruzeiros, pedreiras, rios e mares.

Os trabalhos de cura são realizados pelos caboclos, pretos velhos, Cosme Damião, Sereias  e pelos médicos da Clínica Espiritual Dr.Lúcio Kenner e Equipe, todos sob orientação de Cacique Tupinambá e Cacique Pena Branca.

 Porém, os trabalhos de descarga e alta magia  são efetuados pelo guardião Exú Arranca Toco e seu povo, sob orientação de Cacique Casca Preta que também se manifestava em Pai José.

Cabe salientar que desde 1994, as oferendas  à mãe Iemanjá e os trabalhos de mar estão sendo realizados na praia do magistério, balneário Pinhal, onde foi construído um anexo do mesmo.

Seguindo os princípios ritualísticos de Cacique Sete Flexas, Pai José e Cacique Tupinambá tiveram a felicidade e honra em coroar alguns médiuns, capacitando-os a exercer material e espiritualmente os preceitos de umbanda.. Podendo citar as irmãs Eva de Souza e Neuza Retamozo, ambas já falecidas. E também o irmão Luis Batista, Vilma Brum e sua filha Iara Conceição Rabello.

Hoje, Mãe Iara da Cabocla Jurema está com seu terreiro aberto, sendo uma filial no bairro Restinga,

Devido ao desenlace do nosso saudoso Pai José Carlos aos 71 anos de idade,  em 06 de junho de 2003, Mãe Glória juntamente com seus filhos Iara, Sandra, Sérgio, Ana Lúcia , Luis Carlos,  Angela e os médiuns filhos da casa uniram-se em uma grande família umbandista. Mantiveram semanalmente as sessões de caridade, bem como os demais trabalhos e rituais já referidos anteriormente. Todos de acordo com as determinações e orientações de Cacique Pena Branca.

A atual diretoria espiritual está composta pelas entidades, Cacique Pena Branca, Cabocla Jurema das Matas Virgens e Caboclo Ubirajara do peito de Aço, formando um triângulo vibratório.

A diretoria material está composta pelos seguintes cargos:

   - Diretora material : Mãe  Maria da Glória dos Santos Rabello

   - Presidente:  Angela Rabello

   - Tesoureira:  Iara Rabello

  - Diretora Social: Ana Lúcia Rabello

  - Secretária: Andréa Giordani Rabello

O centro mantém-se financeiramente de mensalidades pagas por seus sócios contribuintes, doações espontâneas e com eventos promovidos por sua diretoria, com a finalidade de suprir as necessidades materiais básicas para seu funcionamento e manutenção predial. Dando continuidades aos projetos sociais em benefício da comunidade.

Mãe Glória continua atuando nesta história, cultuando a umbanda e repassando seus ensinamentos de geração para geração.

O centro estará completando no dia 08 de outubro de 2008,  50 anos de sua fundação.

 

                                                                                                  À  Diretoria.